terça-feira, 11 de novembro de 2014

Da série: diálogos que escondi na gaveta

Abre teus armários, que eu estou a te esperar

Risadas abafadas. 
- E se eu me apaixonar menininha?
 Pausa. 
- Coma açúcar e ouça músicas, ajuda. 
(...) 
- Você não tem coração?
 - Ah eu tenho. E ele é grande e bobo. Mas acontece que depois de um certo tempo a gente vai cuidando para saber quem entra nele. Muitos podem sentir o calor que ele emana, mas a entrada é permitida para poucos. Não, baby, não me olhe assim. Acontece... Acontece que eu já mantive a porta aberta, mas tem gente que entra e bagunça tudo, e você sabe, eu odeio arrumar a casa. 
- Você não pode culpar o próximo pela bagunça de outrem. 
Pausa.
- Sim, eu sei. Mas cansa. E eu não quero mais um objeto de decoração. Quero que seja de coração. 
- Você tem um chocolate? 
- Divide comigo? Açúcar sempre ajuda. (música tema de fundo, pôr-do-sol, silêncio. Sabe-se lá quando se inicia a bagunça).

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