quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Merry Xmas


De repente, no meio da loja, parou. Teve um baque. No meio de pisca-pisca, papai-noel e todas as parafernálias natalinas foi que se deu conta em que época estava. Se deu conta que já era o último mês do ano. Último. Foi então, que no meio dos jingles de natal que atravessavam seu ouvido, sentiu a sensação de natal. Sentiu um certo espírito natalino que estava adormecido. Em silêncio, com um papai-noel de chocolate na mão, foi revivendo momentos. Era dezembro, véspera de natal. Tinha uns dez anos, estava na varanda da casa da vó, na rede com suas primas. Aqueles coraçõezinhos ansiosos, esperando a noite chegar. Será que daquela vez iriam conseguir ver o papai-noel com suas hennas?
A hora não passava. Era incrível como o dia era longo na infância! Não tinham mais o que fazer, ela e suas primas, a não ser esperar. Sempre tentavam dormir, para ver se o dia passava mais rápido. Não podiam ir para cozinha, afinal as mães estavam super ocupadas e ligeiramente estressadas com os preparativos. E o mais estranho, o quarto da vó estava trancado, sempre ficava trancado nesse dia. Vai ver papai-noel se escondia lá.
A noite ia chegando. Hora de colocar as roupas novas, ver o especial de natal da globo, e descobrir quem era o papai-noel do fantástico. A família vinha chegando, tudo ia virando uma bagunça gostosa. Perto da meia-noite, e o coraçãozinho da menina ia pular para fora. As mães anunciavam: “O papai-noel ta lá fora! Corram lá para ver!” E todos os primos ia lá para fora. De repente a porta da sala estava fechada. E Puft! Milhares de presente debaixo da árvore! (e o quarto da vó, destrancado!). E mais uma vez não viram o papai-noel voando. Mas ano que vem, ela iria entrar no quarto da vó, e ia pegar ele!
Presentes e mais presentes. Abraços, Cd especial de natal tocando (“então é natal... ano novo tambééém”), família reunida. Hora de comer a ceia, e brincar até adormecer no sofá.
“Moça, onde tem Mais desse papai-noel de chocolate?” Puft. Voltou a realidade. Dezembro, e não era mais a mesma coisa. Sem responder, largou o chocolate na prateleira, e saiu sem levar nada.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Parabéns Atletas do Brasil

Na foto: Leandro e Ketleyn com o Bronze no judô.

Resolvi falar sobre isso quando ouvi pela enésima vez alguém falando mal do Brasil nas
"OlimPiadas" como chamam por aí. Quer saber o que eu acho? Parabéns Brasil, você foi ótimo! Mulheres do esporte então, deram um show. Como é que um País que não ofere estruta nenhuma ao esporte quer ter uma colocação melhor? Eu que sou atleta (e olha que não sou atleta de fim-de-semana, são 11 anos ralando a cara no tatami todo dia), sei como é difícil praticar esporte aqui. Falta lugar descente, apoio, as academias que oferecem as modalidades são caras, e o governo paga mal para os atletas, além do que conseguir um patrocínio é praticamente impossível. Agora para o Brasil é muito bonito olhar nosso desempenho e falar mal dos atletas né? Mal sabem as pessoas a história de cada um pra chegar ali onde chegou. Não importa que em ultimo, mas o que importa é que tinhamos verdadeiros patriotas fazendo de tudo que fosse possível para trazer uma medalha ao Brasil, para ter o reconhecimento de uma nação. Para os que conseguiram, meu sinceros parabéns, verdadeiros guerreiros. Só é uma pena que tirando o futebol, niguém lembra das conquistas nos outros esportes por muito tempo. ( Eu gosto de futebol, mas acho mais uma grande jogada de marketing do que um esporte, efim, opnião minha que nunca vou ganhar milhões pra correr atrás de uma bola).Então, digo e repito pra quem quiser ouvir: Parabéns Brasil pelo ótimo desenpenho nessas olímpiadas! E se um dia alguém quiser cobrar resultados de países de Primeiro mundo, que tratem nossos atletas e ofereçam estruta como esses países oferecem.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Happy B-day :)




Venho tirar poeira deste blog, porque hoje é nada menos que o meu aniversário ( e
também porque eu estava com saudades daqui). Bom 19 anos hoje, e sei lá, me sinto tão
com 15 ás vezes! Outras com 30. Idade é estado de espírito né? Vou comparar o que fiz no mesmo dia ano passado, quando já me tornava uma responsável
(HO-HO). Ano passado chovia no Guarujá, onde eu morava com meus tios e minhas primas
(que eu morro de saudades!). Hoje em Joinville onde moro com meus pais está sol com
um vento meio frio. Tanto ano passado quanto esse ano eu fiquei um bom tempo em fila de banco (acho que
tem coisas que não mudam nunca né?).Meu peso oscilando igual, meu tamanho não muda tem alguns anos ;PMeu cabelo está bem maior (Ano passado em um ato de rebeldia, cortei channel, coisa
que não vou fazer tãããão cedo.) Ano passado era solteira, esse ano não.De noite, pra comemorar fui com minha prima-irmã no McDonalds do Gonzaga, em Santos
(o melhor na minha opnião), comemos um Super Cheddar peperoni :)Lembro direitinho, foi tão legal! Saudades enormes da minha companheira de idas a
Santos!Esse ano, bom, vou jantar alguma besteira também...Enfim, vem ano vai ano, a gente muda, algumas pessoas aparecem outras somem, temos
novas experiências. E assim a gente vai vendo como a vida passa depressa, olhamos
para trás e lembramos das coisas com carinho. Olhamos para frente e traçamos
objetivos. Mas o mais importante, é vivemos o hoje, sem a certeza de que teremos o
amanhã. Afinal, como eu ouvi no Kung-Fu Panda ;P, "O ontem é a história, o futuro é o
mistério, já o hoje é uma dádiva. É por isso que se chama presente." Ou algo assim :)Beijos, até mais e com mais calma, prometo que não abandono!

sábado, 28 de junho de 2008

Café.




Andava na rua, no frio, alheia a tudo. A garoa teimosa caia, e o dia estava
pateticamente cinza.
Em passos apressados, ia a lugar nenhum. Viu uma doceria que parecia aconchegante, tudo que precisava era tomar um bom café pra colocar as idéias no lugar. Não hesitou em entrar. Mesmo com seu jeito enfático, ninguém pareceu notar sua presença. Ninguém se moveu. Era tudo meio cinza lá dentro também, mas era quente. O cheiro de café fresco e os doces na vitrine, convidativos. Sentou-se em uma das mesas com a toalha xadrez desbotada, e escolheu um capuccino tipo italiano com chantilly.
Enquanto esperava observava as pessoas afundadas em seus jornais lendo as rotineiras notícias de violência com um mesmo ar inexpressível de quem lê horóscopo. Era assim que acontecia, todos os dias a mesma coisa, e todos nós conformados, pensou. Mas assim que chegou seu capuccino, numa visão deslumbrante de chantilly derretendo, esqueceu de tudo.
Quando o paladar pode sentir o gosto perfeito do café com chocolate, ela sentiu como se não houvesse mais nada a se preocupar. Esqueceu dos próprios problemas que a faziam andar na rua num dia de garoa, problemas que julgava serem os maiores do mundo. Enquanto bebericava lentamente o capuccino, ia pensando que não havia graça em viver. Não tinha as roupas que desejava, brigara com os pais porque os mesmos não a deixavam voltar de madrugada as festas, e tinha um namorado por conveniência, que parecia nem ligar para sua existência. Mas algo a tirou de seu mundinho imperfeito: mãos pequenas e unhas sujas, que ofertavam jujubas.
Ao ver as mãos, observou tudo, os pés com chinelos, as roupas surradas e úmidas, os olhos. Os olhos brilhantes, mas um brilho de súplica. Encarou esses pequenos olhos, bem no fundo, e foi como se algo a tivesse despertado para o mundo. O mundo real, onde os problemas vão muito além de brigas com namorados ou preço de sapatos.
Ali na sua frente a realidade crua, nua, vendendo nada mais que jujubas, com um sentimento de culpa por estar tentando sobreviver.
Encarou o olhos.
Não comprou jujubas. Não pode.
Num ápice, abraçou o menino sujo. Assustado, hesitou por um momento, mas cedeu.
Ali, em uma cena que soava a compaixão, duas pessoas ganharam o mundo. A menina, por perceber que existe algo além de seus próprios caprichos, e o menino por saber que apesar de tudo, não se pode deixar perder o amor a vida.
Quando largou o menino, o brilho nos olhos dele já não era de súplica: mas sim de esperança.
Apressadamente, ela pagou o café, pagou um café para o menino, e foi-se.
E, apesar da garoa teimosa, nada parecia mais cinza.

(E o menino, quase sem entender, sorriu. Não vendeu Jujubas, vendeu realidade).

terça-feira, 17 de junho de 2008

Cabeça de Vento



Coitada, ela era um ser confuso.
Amava, amava loucamente, amava com o amor de quem se ama.
Amava em silêncio, pra ninguém perceber. Uma loucura.
Saia e sentia aquele vento frio antes da chuva. Forte, forte, bagunçava seus cabelos.
Mexia com sua cabeça, partilhava seu segredo.
Colocava em dúvida seu amor. Não podia.
Depois que passava o vento, vinha a chuva. Tudo voltava a ser cinza e normal.
Depois que passava o vento, voltava seu amor.
Não tinha mais dúvida naquele momento.
Por isso preferia amar baixinho.
E não preferia sentir o vento. Quando fechava os olhos e sentia o arrepio do vento, se sentia culpada.
Se sentia traidora.
Amava outro que não o vento. Assim pensava, assim pensava que sentia.Mas o que sentia? só Deus sabia.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Feliz dia dos (sem) Namorados



Só quero compartilhar, que depois de 17 dia dos namorados comendo chocolates e brigadeiros sozinha enquanto me acabava de chorar vendo algum filme com bonitões tipo Brad Pitt e terminando o dia 2 kg mais gorda, eu vou quebrar essa rotina!
E mesmo com todas as minhas neuroses sobre meu namoro, minhas dúvidas e etc, eu estou feliz ;)

Ps. Mas ainda acho que o dia dos namorados é um dia cruel criado pelos capitalistas para nos induzir a gastar muito. Pensa só, todas as categorias gastam nesse dia: Casais apaixonados compram presente um para os outros (dã), Solteironas tristes compram um monte de chocolate e mandam flores para si mesma, Solteironas legais compram roupa para si, por fingir que não estão nem aí com esse dia, mas no final do dia acabam com o pote de sorvete vendo Ghost (que por sinal eu acabei com um brigadeiro vendo esse filme na sessão da tarde ano passado).
Deveríamos boicotar datas assim. Pelo bem da humanidade e felicidade geral da nação, quer dizer, menos felicidade dos donos de locadoras e vendedores de chocolate, mas vamos lá, eles vendem isso o ano inteiro :)

terça-feira, 27 de maio de 2008

Cachos



Lá estava ela mais uma vez em seu refúgio, pensando. Pensando nele, como todas as vezes. Sozinha na praia, sentada no mesmo banco de sempre, usando aquela sua blusa branca preferida. Olhando o mar e lembrando das vezes que ele saia da água e balançava seus cachos como só ele sabia. E ela o vigiava da areia, fingindo que ele era seu. Sempre fingiu que ele era seu, imaginava a vida ao lado dele. Como será que ele não percebia que foram feitos um para o outro? Os mesmo gostos, os mesmos amigos, a mesma paixão inefável pelo mar. Tinham tudo para seguir pelo mesmo caminho, mas ele cismava em virar para o outro lado, em fugir. Fugiu dela a vida toda.
Por muitas vezes ela é quem fingia mudar de direção, mas sabia que era só fingimento. E o pior é que ele também sabia, e bem nessas épocas ele plantava esperança no coração dela. Monstro, mostro monstro! Não sei como te amo tanto, não sei como não te esqueço, não sei como nem a distância nem a tua ausência apaga da minha vida! Sentimentos mistos gritavam dentro da cabeça dela. A menina de blusa branca olhando o mar pensando nele. E ele, onde estaria agora? Pensava alguma vez em mim? Sei que sim, mas era demasiado orgulhoso para admitir. Ah, ela bem sabia disso.
De blusa branca e pés descalços, foi sentir o mar, como se sentisse a ele e seus cachos sempre cheirosos.
O mar. A menina da blusa branca e sua paixão pelos cachos dele..

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Vida de atleta...




... não é fácil. Mas é gratificante.
Por isso eu estava ausente. Estava me preparando para conquistar meu objetivo nesse sábado que passou, e graças a Deus eu consegui! Fui lutar o campeonato catarinense em Concórdia SC (umas 6 horas da onde eu moro, e é muuuuuito frio!), e fui penta campeã. E conquistei minha vaga para lutar o Brasileiro no fim desse mês em Manaus.
Sim, estou quebrada, dolorida, ralada... Mas tudo vale a pena. Não sei explicar como é a sensação de chegar a uma final, dar tudo de si, conquistar a vitória. É a melhor sensação do mundo. (A segunda melhor é tomar coca-cola depois da pesagem.)
Vou tentar postar mais vezes, e visitar mais os blogs. Mas me divido entre trabalho, tatame e esteira, então não sobra muito tempo... Mas vou tentar!

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Adolescência vazia



Para perceber que o mundo está um caos é só pegar um ônibus meio-dia. No horário em que o pessoal ta saindo da escola. Isso chega a ser meu divertimento, nessa hora eu tiro meus fones do ouvido ou fecho meu livro. Hm, tem vida mais interessante nesse horário. Eu, com minha aparência tão normal que chego a me camuflar com o banco, fico sentadinha, com um ar de ironia. O ônibus se enche de adolescentes no auge de seus hormônios.
E o que se segue na viagem é tão deprimente que de alguma forma é engraçado até.
Ouve-se de tudo. Um grupinho ouve a toda altura a música do creu no viva-voz do celular, enquanto discutem quem vai ser o próximo a ‘pegar a fulana’. O outro é zoado porque bebeu na ultima festinha e vomitou. ‘Não sabe nem beber’ alguém resmunga pra ele, que recebe um pedala. Meninos de uns 15, 16 anos no máximo, tem que saber beber?
Eu apenas balanço a cabeça indignada e silenciosa, enquanto as menininhas de calça colada falam alto e balançam o cabelo vigorosamente querendo chamar atenção. Vulgar.
Respiro fundo e penso: isso que é a nossa adolescência hoje em dia? Beber até vomitar dançando o creu? Então eu me pergunto de que planeta eu vim, mas fico orgulhosa de não ser desse.
Agora eu entendo porque as pessoas falam que eu tenho um mundo só meu. Mas eu garanto, meu mundo pode não ser perfeito, mas pelo menos não toca creu.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

A Última Grande Lição – Mitch Albom



Terminei de ler um livro que me tocou de tal forma, que não encontro palavras que o descrevam. Esse livro mudou meu jeito de ver as coisas perante a vida. De sentir as coisas. E me ensinou uma coisa: a amar. Sempre. Não importa de qual forma.

-Tome qualquer emoção: amor por uma mulher, sofrimento por um ente querido, ou isso por que estou passando, medo e dor causados por uma doença mortal. Se você bloquear suas emoções, se não permitir ir fundo nelas, nunca conseguira se desapegar, estará muito preocupado em ter medo. Terá medo da dor, medo do sofrimento. Terá medo da vulnerabilidade que o amor traz com ele.
-Mas atirando-se a essas emoções, mergulhando nelas, você as experimenta em toda plenitude, completamente. Saberá o que é dor. Saberá o que é amor. Saberá o que é sofrimento. Só então poderá dizer, ‘muito bem, experimentei essa emoção. Eu a reconheço. Agora, preciso me desapegar dela por um momento’.
Morrie calou-se e olhou bem para mim, talvez querendo se certificar de que eu estava entendendo. – Sei que você está pensando que isto é só em relação à morte – continuou-, mas é como venho lhe dizendo. Quando se aprende a morrer, aprende-se a viver.”

Foi difícil escolher uma parte do livro. Poderia ter escrito o livro todo aqui.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Deixa ser



Sem medo segura minha mão. Segura forte, entrelaça seus dedos nos meus.Sem medo, me leve pra algum lugar. Pra lugar nenhum. Me deixa olhar nos teus olhos, bem a fundo. Mas não deixe que eu me perca. Quando eu estiver profundamente no
teu mundo, me traz de volta a realidade. Me mostra que a nossa realidade pura e simples, turbulenta com seus
altos e baixos, vale mais que um mundo de fantasia. Vamos viver o real.Não, não digo para que a gente pare de sonhar. Sonhar é bom amor, mas sonharemos com um pé na realidade,
assim o sofrimento de acordar será menor.E no fim do dia, me abraça forte, pra que eu possa sentir que meu mundo também é o seu.Me abraça forte, e não diz nada. Melhor adiar as palavras. Melhor adiar a despedida.Vamos apenas esperar o outro dia.Vamos apenas deixar ser.

domingo, 6 de abril de 2008

Final



Não gostava de despedidas. Entenda, não é como se ela tivesse fugido, apenas detestava ter que dizer que era o final. Quando se é o fim, já se sente. Pra que dizer então?
Diziam as escondidas que ela tinha medo do confronto. Sussurravam isso quando ela passava com seu brilho. Ela ouvia, e ria-se por dentro. Não tinha medo de confrontos e muito menos falava as escondidas. Só ela sabia o quanto suas garras eram fortes.
Medo? Todo mundo tem de algo. Ela também. Isso não é defeito, isso é humano.
Mas não medo de enfrentar as coisas.
Entenda, ela não fugia.
Apenas deixava o final acabar por ele mesmo. Se todo mundo entende o que é um fim, pra que deixar bem claro um ponto final?
Ela apenas ia.

segunda-feira, 31 de março de 2008

Buscando um sentido sem sentido.



Porque é assim que eu funciono. Sou mesmo uma certeza inconstante. Posso procurar entender tudo a todo instante, mas prefiro deixar nas entrelinhas. Não me importo de ver o mundo como eu quero. Não me importo de sentir o mundo, eu sou o mundo. Eu sou meu mundo.
Vivo momentos de nostalgia. Sinto saudades do que nem aconteceu ainda. Mas não se engane: sou dramática mesmo. Gosto de dizer as coisas mais simples com a emoção de quem está representando para uma platéia.
Das coisas que eu digo, metade tem ironia. Outra metade metáforas. Sou metafórica no sentido literário. Das coisas mais confusas que eu digo é que você pode entender.
Sou também um devaneio ambulante. Mas sonho acordada.
Nem sempre falo a verdade, mas minhas mentiras são reais.
Não sou tão forte quanto digo, mas sou mais esperta que demonstro. Não sou um monstro, nem um anjo, sou apenas o que sou: um ser humano confuso, feliz, um ser único tão parecido com tantos outros que a gente vê por aí.

terça-feira, 25 de março de 2008

Diálogo



Ela era um monólogo. Gostava de ser assim.
Até que um dia ele veio e lhe propôs um diálogo.
No começo era ela quem mais falava, pois tinha que se acostumar com sua nova condição. Pra quem era solo, entrar em sintonia num dueto não é tão simples.
Ele soube esperar. Ele sabia que ela era um drama, um romance dramático. Mas ele soube exatamente em qual parte da cena entrar.
O que parecia ser apenas um filme, foi se estendendo. Virou um seriado.
Teve suas crises de audiência. Quase virou novamente carreira solo.
Ela ameaçou algumas vezes voltar a ser monólogo. Ele, a atuar em outros palcos.
Ela colocou um ponto final no texto dos dois.
Então, ele veio, com cuidado adicionou dois pontos ao lado. O ponto final virou uma reticência.
E o que era pra ser a cena final, virou um ‘continua no próximo capítulo’.
E o final feliz tem acontecido a cada dia.

domingo, 16 de março de 2008

Vida




Esperei a minha vida toda fazer 18 anos. Imagina, poder fazer qualquer coisa sozinha, dirigir, ser independente, nossa que sonho! E foi quando passei meu aniversário de 18 anos, em plena segunda-feira chuvosa, plantada na fila de um banco que comecei a sentir saudades dos meus 17. Dos meus 15. Dos meus 10. Da minha infância, quando eu via as pessoas na rua comendo e andando ao mesmo tempo, e achava graça. Quando eu ainda não era uma dessas pessoas.
Saudades. Saudades eu sinto quando paro para pensar. Saudades eu sinto quando vejo a criança na rua, com a boneca na mão, e olho para a minha mão e não vejo mais bonecas. Saudades de pensar só na escola. De vestir meu uniforme e comprar material. Saudades de querer que o tempo passe, e não que ele volte.
Agora, saudades da infância. Logo mais, da minha adolescência. Até que um dia irei ter saudades de quando tinha 30, 40 anos. Irei ter saudades não só do tempo que passou, mas de pessoas que se foram. Um dia irão ter saudades de mim, por que passei, por que vivi e me fui. Para sempre ou por um instante.
A vida, é esperar, é ter saudades do que se esperou. A vida é rara e grandiosa, e a morte, só mais um passo de evolução pra quem soube viver.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Elevador



Morava no vigésimo, então era praticamente obrigada a fazer uso do elevador, o que, de fato, detestava. Era calor e ela apertava o botão. Desejava descer direto e sozinha, sua franja estava rebelde. Além do que, sempre ficava sem jeito quando as pessoas entravam no elevador. Sempre dava aquele sorriso sem jeito acompanhado de um “bom-dia” ou “será que hoje chove?” e coisas inúteis assim.
Foi então que quando a porta se fechava, uma mão a interrompia. E um garoto entrava (e ela estava com a franja rebelde!). Se olharam por um andar, foi no 19º andar que ele falou algo ininteligível, que ela aceitou como um bom-dia. Os dois estavam sem jeito, e pior: o cabelo dele era enrolado! Ela olhava para o chão, ele para o lado. Foi no 17º andar que ela arriscou uma olhada. Ele era lindo e ela, tímida. Mas não podia deixar passar a chance! Mas ele que tinha que tomar uma iniciativa, pois ela não teria coragem.
16º,15º andar. E ambos sem coragem.
Foi então que o inesperado aconteceu: no 13º andar O elevador se abriu, e ela pensou que mais pessoas iriam entrar e estragar o que já estava se estragando. A porta se abriu. O andar estava vazio. E eles se olharam, sem nada dizer, mas dizendo o bastante. A porta fechou e eles ainda se fitavam, não se sabe por quantos andares mais.
No 9º andar mais uma ajuda do destino: a porta novamente se abria, e estava novamente vazia. Os cachos dele balançavam e a franja dela estava desajeitada de um jeito charmoso até. E ela viu que o tempo estava acabando. Criou coragem no 8º e perguntou se ele morava ali. Isso o pegou de surpresa, pois só foi responder no 7º andar. Ele era novo no prédio, se mudou para o vigésimo ontem.
Ela sorriu, e no 5º, ele também. No 3º ela disse um “se precisar de ajuda, é só avisar.” E antes que o 2º chegasse, ele perguntou o nome dela. No 2º ainda, ajeitando a franja, ela respondeu. Mais sorrisos, mais um andar. O térreo era o próximo, mas não fazia mal. Ela sorria satisfeita, e ele, correspondia com um olhar esverdeado.
O elevador parou, a porta se abriu, ambos saíram. Meio desajeitados, meio assustados. Porém, felizes.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Em um reino distante


Era uma vez uma menina diferente. Diferente não somente na sua aparência, mas em seus sentimentos. Baixinha de pernas grossas, guardava em seu coração toda incerteza de sentimentos que podia. Essa menina, que tinha a aparência de forte e independente, era frágil por dentro. Mas esse segredo só ela sabia.
A menina acreditava no amor. Mas quando o amor parecia bater em sua porta, ela simplesmente saia correndo. Tinha medo daquilo que mais admirava.
Por toda sua vida a menina ouviu histórias sobre esse tal de amor. Algumas histórias tristes, onde a princesa ficava pra sempre presa em seu castelo, enquanto o príncipe tatuado colocava a bruxa sarada e siliconada no banco do carro vermelho, e seguia a vida.
Mas ela ainda acreditava nas princesas que beijavam sapos que se tornavam príncipes fofos, de cavalos brancos e amores certos.
Um dia, ela beijou um sapo. E esse sapo virou um príncipe. Mas ela tinha medo de ser a princesa da torre mais alta do reino mais distante, a ver navios. Ela se distanciou do príncipe, que claro, achou outra princesa (alias, uma bruxa fantasiada de princesa).Mas o príncipe tinha lhe jurado amor eterno. E ela, ah ela tinha acreditado, mesmo tendo medo.
Mas o príncipe desistiu dela na hora de enfrentar o primeiro caminho de espinhos. E ela não soube dizer onde ele tinha deixado todo aquela amor que dizia sentir por ela.
Então a pseudo-princesa pulou da torre e seguiu a vida. Ela confessa que pensa no tal príncipe. Mas, que acima de tudo, pensa nela.
Com tudo isso ela aprendeu que ter segurança e demonstrar o que sente é o melhor. Com tudo isso, ela aprendeu que neuroses só causam cabelo branco e vontade de comer chocolate.
Ultimamente ela anda testando uns sapos por aí. Quem sabe não vira príncipe de novo? Mas com uma diferença: ela já aprendeu a lição. Agora ela é rainha.

sábado, 1 de março de 2008

Papo de louco.


Todo mundo tem suas esquisitices, por assim dizer. Eu nunca conheci uma pessoa “normal”, nos padrões. Não existe, até porque se existisse uma pessoa totalmente ‘padronizada’ ela seria taxada de louca! O que não faria diferença, já que todo mundo é louco. Atire a primeira pedra quem não tem manias estranhas. E sites como o orkut só vieram para comprovar isso. Afinal eu pensava que só eu abria a geladeira pra pensar, perdia a meia dormindo, guardava feijão no pote de sorvete e via micróbios quando fechava os olhos. E tem milhares de gente que fazem a mesma coisa! São segredinhos como esses que a gente não falava pra ninguém, até que alguém resolveu mostrar ao mundo, e deixar essa loucura cada vez mais normal. (ops eu falei que normal não existe. Mas deixa para lá.).
Afinal, o que eu estou tentando passar com esse papo sem nexo nem eu sei. Eu só tive vontade de falar um pouco disso, já que eu descobri que seguro o copo de uma maneira engraçada, sem perceber. E que eu viajo muito em amores platônicos (mas a minha prima Bi também, então não faz mal). E que eu vou sozinha no cinema, e que quando estou em casa nunca sei dizer se eu estou pensando ou falando, então quando estou em publico acabo falando o que era para ter só pensado. Ufa! Fora as ‘anomalias’ que eu nem me lembro agora, mas que me fazem da pessoa mais louca e feliz que eu conheço!

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Vou.




Não sei. Apenas isso. Não sei.
Não sei por que sinto minha alma na tua, mas sinto você tão longe de mim. Não sei por que às vezes sinto tanto a tua indiferença. Não sei por que me sinto culpada, de te ver e não sentir sua aproximação! Repasso as coisas que talvez tenha feito pra ti, para mudar assim, do nada. Passo e repasso, mas não vejo nada, nenhum motivo! Então, por que fazes isso comigo? Talvez por que arranjaste alguém para colocar no meu lugar. Pronto, já não sirvo mais pra ti. Não como antes. Sou agora, apenas eu, e não mais eu e você, como fomos por tanto e tanto tempo. Já tenho vergonha de dizer as coisas pra ti, a comunicação já nos tem fugido. Mas um dia quem irá fugir vai ser eu. Melhor dizendo, irei voar, voar para longe, como fiz tantas vezes, mas dessa vez a distancia não vai ser física.
Apenas vou. Já estou indo né? Vou de vez.


sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

No caminho;



Sem perceber, ela estava pensando de novo. Os pensamentos iam involuntários, seguiam a rotina. A rotina que ela não mais seguia. Mas lá estava ela, voltando pra casa, num dia normal, num dia ameno. As pessoas estavam na rua, mas ela nem notou. Viajava nos pensamentos, pensava devagar enquanto andava rápido.E pensava nele.Pensava nos dois.Enquanto andava por uma estrada, pensava em outro caminho. Foi quando parou, e viu que naquela rua ela estava andando só. Não existiam outros pés juntos com os dela, não existiam mãos entrelaçando a sua. Existiaa apenas espaços entre abraços, distância entre os corpos, e um pensamento.E um sentimento, isso também havia. Por todo dia que percorria aquele caminho, pensava nesse sentimento de diversas formas. Mas chegou a conclusão de que era amor disfarçado de raiva.Mas só teria certeza, quando encarasse novamente aqueles olhos. Mas teria cuidado para não se perder novamente. Pretendia enxergar apenas olhos, e não o coração. Só assim teria paz. Mas precisava ter certeza.Enquanto não tinha, lá se ia o caminho, acompanhando com passos apressados o pensamento, de um certo modo, atordoado.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Sorria.


Foi um riso que brotou naquele rosto. No meio do que antes eram lágrimas.
Quase como o sol aparecendo para aquecer a terra úmida a pós a tempestade.
Um novo colorido.
Um brilho e contraste.
Meio sem jeito, mas ela sorriu.
E não foi um sorriso amarelo ao te ver passar, com seus outros amores.
Foi um sorriso brilhante e sem jeito, com dentes brancos e sinceros.
Por que a vida não termina na primeira decepção. Mas parece que recomeça, simples e limpa, a cada novo amor.
Porque não importa por quanto tempo mais ela iria sorrir, só importava que naquele momento ela sorria. Naquele momento ela estava sendo feliz.
E tudo tinha um novo tom.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

(A)mar



Tudo que ela precisava era de um porto seguro. Mas sozinha, lá da areia da praia avistou uma grande embarcação. Quis se atirar ao mar, ir ao encontro dessa embarcação sem nem pensar. O mar, estava calmo. As ondas, já tinham passado.
Mas quando colocou os pés na água gelada, uma gaivota veio lhe dizer que essa grande embarcação era na verdade uma canoa furada. Tudo não passava de ilusão.
Ela custou a acreditar, mas sabia que aquela gaivota conhecia o mar e seus segredos, bem melhor que ela.
Voltou para a areia, e viu que a embarcação estava chegando cada vez mais perto. E como era bonita! Forte, de ferro. Não podia ser furada!
A embarcação enviava sinais para a menina. Ágil como uma sereia, resolveu arriscar. Entrou de corpo e alma na embarcação, que a enchia de promessas e palavras.
Mas, a gaivota estava certa. Aquela falsa embarcação não durou muito tempo. Era uma canoa furada, estava afundando, estava tentando afundar a menina. Tentou até fazer ela ficar enroscada em sua âncora, para nunca mais sair do fundo do mar.
Mas o que a canoa não sabia, é que a menina nasceu no mar. Enfrentou grandes marés, e quase se afogou. Então, meu bem, ela sabia nadar.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Coisas que você deveria saber sobre Cristina ;)





1- Cristina.
Tenho 3 tatuagens (pé, barriga e costas) e 3 piercings (língua, transversal e alargador). Tenho 1,52m e X kg. Nunca falo meu peso, só quando estou com menos de 50. Estou com bem mais :P.
Tenho medo de estacionamentos e de provas de matemática. Mas sempre passei direto na escola. Pretendo fazer jornalismo, só falta grana. Tenho uma cachorra surda, um pai e uma mãe, e 3 irmãos. Já morei sozinha, hoje moro com a patota toda, e amo.
Roubo ovos da páscoa dos meus irmãos, jogo tekken e tomb rider, uso chinelo e meia, e sou feliz!

2- Cristina e as manias.
Gosto muito de escrever. Toda hora.
Gosto de observar as pessoas também. No ônibus então!
Sempre esqueço os copos na mesa do pc. Odeio usar sapatos, vivo andando descalça. Tiro fotos de tudo. Toda segunda começo dieta, mas só perco peso quando sou obrigada. Falo sozinha, e finjo que to cantando quando sou pega. E resolvo tudo com brigadeiro!

3- Cristina e o judô.
Sou atleta há 10 anos. Sou simplesmente apaixonada por judô. Já participei de brasileiros, sou tetra-campeã catarinense. Morei um ano em santos para treinar. Sim, as vezes tenho preguiça, já pensei em desistir também. Meus dedos tem calos, eu sou toda roxa, e já deixei de sair várias vezes porque tinha treino. Tenho que fazer dietas e me manter em uma determinada categoria. Minhas unhas tem que ser curtas e meu cabelo vive quebrando. Mas, toda vez que eu coloco meu pé no tatami, sei que não gostaria de estar em outro lugar.


4- Cristina e os cabelos.

Sempre que eu estou triste ou até muito feliz gosto de mudar o cabelo. Corto, pinto, mudo o penteado. Do nada, só chego em algum cabeleireiro e falo: corta. Mas nem tenho feito muitas mudanças, porque no meu aniversário de 18 anos, que estava chovendo e eu estava longe dos meus pais, eu mandei cortar channel. Depois do cabelo rosa, acho que foi minha maior mudança.

5- Cristina e as músicas.
Não vivo sem música. Quando não esqueço o radio ligado enquanto durmo, logo que acordo e me preparo pro trabalho eu ligo. Se vou usar o pc, tem que ter musica. Se vou arrumar a casa então, nem se fala. E eu canto mal, mas canto. Gosto de tudo um pouco, aprecio uma boa música e tudo que há de bom na letra e melodia!

6- Cristina e os livros.
Esse é um vício e uma virtude né... Amo ler. Não posso ver um livro parado, que já leio. Quando não estou com os fones no ouvido, estou com os olhos em uma página. Leio desde Shakespeare até Harry Potter.. Sou apaixonada por Clarice Lispector, e por livros espíritas também.

7- Cristina e os doces.
Como toda boa gordinha como de mais, sempre sem frescura. Mas doces são minha paixão. Entre eles, é claro, o chocolate. Todo dia como chocolate. E tomo coca-cola. Ó céus!

Esse meme vi no blog do Hélder (http://oticamiope.blogspot.com/ ). Vou fazer como ele, deixo aberto para quem quiser participar! É legal para nos conhecermos né :)
ps. eram 10 coisas que vc deveria saber. Mas 7 ta bom :}

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Oração de Criança



Papai-do-céu, diferente das minhas amiguinhas eu não quero crescer. Por isso te peço, deixa-me ser criança pra sempre.
Eu não quero nunca ter vergonha de dizer que durmo com meu coelhinho, o Fred. Quero ganhar barbie nova todo natal. Minhas amiguinhas já pedem roupas pro papai-noel! Mas eu não quero crescer nunca, ou não vou mais caber na minha jardineira xadrez. Mamãe me disse que já está ficando pequena. Mas eu não quero outra!
Papai-do-céu, esses dias minha amiguinha estava passando batom no banheiro da escola! Ela pegou escondido da mãe dela. Disse que queria ficar linda igual a mãe. Minha mãe diz que eu sou a princesinha dela, mesmo sem batom. Minha mãe me abraça e me gira, e também me balança no parquinho, e faz bonecas de pano pra mim. Eu nunca vi a mãe da minha amiga que usa batom fazer isso com ela. Eu só vejo ela passar batom, um negócio estranho em cima do olho, e sair com uma bolsa, sempre falando no celular. Minha amiga diz que ela é empresária. E ela pergunta o que mamãe é, eu digo que é apenas minha mãe.
Eu nunca quero usar batom, papai-do-céu. Não quero virar empresária. Quero balançar minha boneca, igual minha mãe faz comigo.
Esses dias minha amiguinha viu minha mãe me dando beijo antes de entrar na sala. Ela riu, e quando eu perguntei por que, ela apenas fez cara de eu-sou-tão-mais-adulta-que-você e disse que eu sou uma criancinha ainda. Papai-do-céu, eu sou uma criancinha ainda! E ela também, mas ela tem pressa em crescer. Eu não! Tenho medo do mundo. Tenho medo de ser apenas trabalhadora, usar salto e batom e não ter tempo de ser apenas mãe da minha filha. Minhas bonecas tem todo amor do mundo. Minha amiguinha não quer ter mais bonecas.
Papai-do-céu, eu sei que crescer é inevitável, mas eu peço que o senhor deixe isso o mais lento possível. E, quando eu crescer, quero que o senhor deixe eu ser adulta igual a minha mãe, que é trabalhadora e guerreira, mas que nunca deixou de amar seus filhos, e de demonstrar isso.
Abençoa eu e o Fred,
Amém.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Mais que amizade.




Quatro anos hoje. Quatro anos de amizade verdadeira. Quatro anos de muita coisa juntas, muitas histórias, muitos acontecimentos.

O que muitos acerditavam ser apenas uma amizade de colégio, se mostrou bem mais que isso. No começo, nem tinhamos muito o que falar, tinhamos até vergonha de comer uma na frente da outra! Agora, os outros é que tem vergonha pela gente. A gente não se importa, a gente é feliz, a gente se diverte, e nem precisa muito pra isso. Só basta a companhia uma da outra.

Nesses quatro anos, também tiveram brigas, que não duraram nem um dia, e sempre acabavam com uma rindo da cara da outra. E olha, que pra quem conviveu tanto tempo juntas, não ter brigas é um recorde! Passávamos 10 horas uma do lado da outra, durante a semana, e fim de semana, estávamos juntas novamente.

Passamos um ano morando longe uma da outra. Alguém me disse que a amizade jamais seria a mesma coisa? E nós só provamos que ficou mais forte. Que a gente está mais unida. Que não precisamos estar na mesma sala do colégio ou morar a 10 min da casa uma da outra, pra se ver. Amizade é mais que isso. Amizade é mais que convivência. Amizade é um sentimento, é um elo. E esse nosso elo, não se quebra. Cada dia se fortalece mais.

Estranha, eu te amo muito. Obrigada por fazer esses 4 anos da minha vida, mais felizes. Por me entender, brigar comigo e me fazer rir. Por comer coxinha e ser gorda comigo. E por me aturar, pq eu ainda não entendo como você consegue :}

E sim, nós vamos ter chá com nossos filhotes. Pq essa amizade, ah essa vai longe!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Musicas e meias




Sozinha em casa. Cantava a toda altura, de calcinha, camisa e meia.
Com a escova de cabelo na mão, lá se ia o refrão: Goodbye to you, been wasting all my timeeeeeee. É, tchau pra voce.
Hoje esta chovendo, ela está com tedio, calcinha e meias. But She Don’t careeeeeeee! E não se importava mesmo. Pelo menos estava sozinha. E tinha chocolate no armário e coca-cola na geladeira.
E ela não sentia falta de você.
This is good-bye... Dizia a música, e você disse também. Então é isso? Ok. Me deixe cantar. Não se aproxime, não tire minhas meias. Não se atreva! Deixe as coisas no lugar. I just dont know what to say.. Foi quase desafinando assim que voce não soube o que dizer. Nem o que fazer. Nunca soube conviver com minhas loucuras! Ou tinha medo de ser feliz igual?
Baby's Coming Back, Baby's Coming Back.... Parou de cantar. Não quer que volte. Baby, pode ficar. Antes de desligar o som, cantarolou o ultimo refrão: I think I'm gonna lose it, lose it, lose it.. Sim, eu também acho que perdeu. Voce perdeu.
Vestiu uma calça e desligou o som. Foi comer chocolate, e morrer de tedio em outra parte.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Bilhete





Estava tudo num bilhete.
As coisas que eu não consegui lhe dizer. As coisas que eu não entendi.
As coisas que eu gostaria de ter feito. De ter tentado.
Talvez tenha sido o medo. Minha complexidade perante as coisas. A insegurança.
Sim, a culpa deve ter sido minha.
Estava tudo num bilhete. E eu fui embora.
Mas o bilhete não estava em suas mãos, e sim nas minhas.
E eu estava apenas indo. Não, não ia voltar amanhã.
Estava indo, e não tive coragem de lhe dizer.
E eu ainda pensava em você.
Estava tudo num bilhete. Estava tudo em mim ainda.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Ritmado




Eu estava desarmada, me pegou de surpresa. Eu estava distraída, desligada, não, não pensava em você, talvez não pensasse em nada. Foi então que eu ouvi a canção, como diz a Ana, que tocou na hora errada. Na hora errada, na hora absurda. Não devia ser permitido musicas assim tocarem sem aviso prévio.Eu poderia ter me preparado, eu não teria do nada parado, eu não teria levado um susto. Eu queria me livrar a todo custo, eu que já me desfazia do meu luto, que lutava com segurança, que enterrei todas as lembranças, tinha esquecido da canção. Notas musicais, pensamentos banais, assim quem agüenta? Eu é que não quero sofrer mais. A musica acabou, e não foi comigo, e sim com você. Mesmo me pegando de surpresa, a canção te levou. Cantarolei algumas notas, arrisquei até o refrão, te risquei da minha mente, até, quem sabe, uma outra canção.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

A menina perfeita





Era uma vez uma menina perfeita. Ela era linda, seu cabelo estava sempre macio e bonito, seu corpo era perfeito, ela era educada e se não bastasse tudo isso, tinha um coração de ouro.
Todo mundo queria ser a menina perfeita, e ela, queria ser igual a todo mundo. Ela queria que os outros enxergassem seus defeitos, mas todo mundo só via sua beleza e sua grandiosidade. A menina perfeita parecia tão feliz, mas o que ninguém sabia é que ela chorava escondida no seu quarto. E sonhava em fugir pra algum lugar onde ela pudesse ser uma menina normal. Onde não ouvessem padrões. Onde enxergassem somente o seu coração de ouro.
As pessoas adoravam desabafar com a menina perfeita, que como toda menina perfeita, ouvia com atenção e ajudava. Mas ela tinha vontade de desabafar também, mas ninguém lhe dava chance.
Um dia a menina perfeita cansou.
Cortou seus cabelos perfeitos, comeu sem culpa, xingou o carro que cortou ela no trânsito, e fugiu. Vestiu a máscara de normal e saiu para enfrentar o mundo. E não sentiu falta da pressão de ser perfeita.
Nunca mais se viu a menina perfeita.
Uns dizem que ela está andando pelo mundo, um pouco sem rumo até, mas bem feliz.
Outros acham que ela está apenas no cantinho do seu quarto, sonhando, sonhando.